O Concílio de Calcedônia foi um importante concílio ecumênico da Igreja Cristã que ocorreu em outubro de 451 d.C., na cidade de Calcedônia (atual Kadiköy, Turquia). Foi convocado pelo imperador bizantino Marciano e teve como principal objetivo resolver a disputa teológica sobre a natureza de Cristo. Este foi considerado o quarto dos concílios gerais ou ecumênicos.
Este Concílio teve um papel fundamental na definição da doutrina cristã sobre a natureza de Cristo. Antes do concílio, havia uma grande disputa teológica entre os defensores da visão monofisita (que afirmava que Cristo possuía apenas uma natureza divina) e os defensores da visão duofisita (que afirmavam que Cristo possuía duas naturezas distintas e separadas).
Para resolver a disputa teológica, ele reuniu cerca de 600 bispos de todo o mundo cristão. Durante o concílio, os bispos debateram e votaram as decisões que definiram a doutrina oficial da Igreja sobre a natureza de Cristo.
A decisão do Concílio de Calcedônia de afirmar que Cristo possuía duas naturezas distintas e inseparáveis – uma divina e outra humana — foi um marco importante na história da cristologia. Essa doutrina ficou conhecida como “unidade hipostática” sendo considerada a posição oficial da Igreja Católica, da Igreja Ortodoxa e da maioria das igrejas protestantes.
Principais decisões do Concílio de Calcedônia
1 – Definição da natureza de Cristo: o Concílio afirmou que Jesus Cristo era “perfeito em divindade e perfeito em humanidade”, sendo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, em uma só pessoa.
“Seguindo os santos pais, nós confessamos com uma voz que o Único Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, é perfeito em divindade e perfeito em humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, que Ele tem uma alma racional e um corpo. Ele é de uma substância [homoousios] com o Pai como Deus, Ele é também de uma substância [homoousios] conosco como homem.”
O Sínodo continua: “Ele é como nós em todas as coisas, exceto no pecado. Ele foi gerado de seu Pai antes de todas as eras como Deus, mas nestes últimos dias e para a nossa salvação, Ele nasceu de maria, a Theotokos, como homem.”
2 – Rejeição do monofisismo: o Concílio rejeitou a visão monofisita, que afirmava que a natureza divina de Cristo havia absorvido sua natureza humana, e afirmou que Cristo possuía duas naturezas distintas e inseparáveis.
3 – Reconhecimento da primazia de Roma: o Concílio reconheceu a primazia da Sé de Roma (ou seja, do Papa), mas não a sua supremacia sobre as outras igrejas.
Sínodo
A palavra “sínodo” tem origem grega e significa “encontro” ou “assembleia”. Na Igreja Cristã, um sínodo é uma reunião de bispos ou outras autoridades religiosas para discutir questões importantes relacionadas à fé e à prática cristã.
Os sínodos podem ser regionais, reunindo bispos de uma determinada região geográfica, ou ecumênicos, reunindo bispos de todo o mundo cristão. O objetivo principal de um sínodo é promover a unidade da Igreja e tomar decisões importantes sobre questões doutrinárias, litúrgicas e disciplinares.
O Papa da época do Concílio de Calcedônia foi Leão I, também conhecido como Leão Magno. Ele não esteve presente no Concílio, mas enviou uma carta (conhecida como “Tomus ad Flavianum”) que foi lida durante o evento e que teve grande influência na definição da doutrina cristã sobre a natureza de Cristo.
Resumo
O Concílio de Calcedônia foi um evento de grande importância para a história da Igreja Cristã. Através da reunião de centenas de bispos de todo o mundo cristão, o concílio conseguiu definir a doutrina oficial da Igreja sobre a natureza de Cristo e resolver uma disputa teológica que vinha causando divisões na Igreja.
As principais decisões do Concílio de Calcedônia, como a definição da unidade hipostática de Cristo e o reconhecimento da primazia da Sé de Roma, continuam a influenciar a doutrina e a prática das principais tradições cristãs até hoje.
Por isso, o Concílio de Calcedônia é considerado um marco importante na história do cristianismo e um exemplo de como a Igreja pode chegar a decisões importantes através do diálogo e da colaboração entre seus membros.
Concílio de Nicéia Ano 325
Concílio de Constantinopla de 381
Concílio de Éfeso 431
Concílio de Constantinopla de 553
Concílio de Constantinopla de 681
Concílio de Nicéia 2 – 787
Concílio de Latrão 1215
Concílio de Florença 1348
Concílio de Trento 1545
Concílio do Vaticano II – 1962
Em Resumo: O Concílio de Calcedônia, realizado em 451, foi um evento importante na história da Igreja que definiu a doutrina da natureza de Jesus Cristo. Durante o Concílio, foi confirmada a posição de que Jesus era uma única pessoa com duas naturezas distintas – divina e humana – unidas em uma só hipóstase.
