Concílio de Constantinopla de 681

O Concílio de Constantinopla de 681 foi um importante concílio da Igreja Cristã realizado na cidade de Constantinopla, no atual território da Turquia, no ano de 681. Este concílio foi convocado pelo imperador bizantino Constantino IV para tratar de uma disputa teológica que havia surgido na Igreja sobre a natureza de Jesus Cristo.

O papa da época, Agatão, não pôde comparecer ao concílio, mas enviou legados para representá-lo e defender as posições da Igreja Católica.

A disputa teológica que levou ao Concílio de Constantinopla de 681 girava em torno da doutrina conhecida como monotelismo. Esta doutrina afirmava que Jesus Cristo possuía duas naturezas distintas, divina e humana, mas que em sua vontade havia apenas uma vontade divina, e não duas vontades distintas como afirmavam outras correntes teológicas.

Concílio de Constantinopla de 681

 A doutrina do monotelismo havia sido apoiada por alguns líderes da Igreja, incluindo o patriarca de Constantinopla Sérgio I e o imperador bizantino Heraclius.

No entanto, a doutrina do monotelismo encontrou forte resistência de outros líderes da Igreja, especialmente do Papa Honório I, que a considerava uma heresia. Honório I havia escrito uma carta ao patriarca Sérgio I em 634, na qual afirmava que Jesus Cristo possuía apenas uma vontade divina e não duas vontades distintas. Esta carta, conhecida como a Carta de Honório, foi posteriormente condenada pelo Concílio de Constantinopla de 680-681, como veremos adiante.

O Concílio de Constantinopla de 681 foi convocado para resolver a disputa teológica em torno do monotelismo. O concílio foi presidido pelo patriarca de Constantinopla, Jorge I, e contou com a participação de cerca de 170 bispos. Os legados papais, liderados pelo bispo Pascoal, estavam presentes como observadores e defensores da posição da Igreja Católica.

O concílio durou vários meses e resultou na condenação do monotelismo como heresia. Os participantes do concílio aprovaram uma série de cânones (leis) que afirmavam a existência de duas vontades distintas em Jesus Cristo: uma vontade divina e uma vontade humana.

Essas duas vontades estavam unidas em uma só pessoa, mas não se confundiam nem se contradiziam. A doutrina da dupla vontade de Jesus Cristo ficou conhecida como o “dogma das duas vontades”.

Os participantes do concílio também condenaram a Carta de Honório e declararam que o Papa Honório I havia caído em heresia ao apoiar o monotelismo. A condenação de Honório I foi uma medida polêmica, que causou controvérsia entre os líderes da Igreja por vários séculos.

Alguns líderes da Igreja defenderam a inocência de Honório I, alegando que ele havia sido mal interpretado ou mal-informado sobre a doutrina do monotelismo.

As decisões tomadas no Concílio de Constantinopla de 681

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Em Resumo: O Concílio de Constantinopla III foi realizado em 681 e teve como objetivo principal resolver a controvérsia monotelita, que negava a existência da vontade humana em Jesus Cristo. O Concílio afirmou que Jesus possuía duas vontades – divina e humana – e que ambas eram necessárias para sua natureza.

ADILSON CARDOSO

Adilson Cardoso: Teólogo, Filósofo — Professor de Filosofia, Teologia, Hebraico e Grego.

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