Amilenarismo é um termo teológico que se refere a uma doutrina cristã que sustenta que não haverá um reino literal e terreno de mil anos governado por Jesus Cristo após sua segunda vinda à Terra, como ensina a interpretação pré-milenarista do livro bíblico de Apocalipse. Em vez disso, o Amilenarismo acredita que o período de mil anos mencionado em Apocalipse é simbólico e representa o reinado de Cristo na igreja, que está ocorrendo desde a sua primeira vinda até a sua segunda vinda.
O termo “Amilenarismo” vem do prefixo “a-” (que significa “não”) e “milênio”, referindo-se à doutrina que nega a existência de um reinado literal de mil anos de Jesus Cristo na Terra. A doutrina do Amilenarismo é principalmente defendida por algumas denominações cristãs, como a Igreja Católica Romana, a Igreja Ortodoxa e algumas denominações protestantes.
A doutrina do Amilenarismo defende que o período de mil anos mencionado em Apocalipse 20 é simbólico e representa a totalidade do tempo entre a primeira e segunda vinda de Cristo.
Segundo a visão Amilenarista, durante esse período de mil anos, Satanás está preso em um sentido espiritual, e os santos que morreram estão reinando com Cristo no céu. A terra, no entanto, ainda está sob a influência do mal e os cristãos enfrentam perseguições e dificuldades.
Os defensores do Amilenarismo acreditam que a interpretação pré-milenarista, que defende a existência de um reino literal de mil anos, é baseada em uma leitura errônea e literalista do livro de Apocalipse. Eles argumentam que a linguagem apocalíptica é cheia de simbolismos e que as visões apresentadas no livro devem ser entendidas de forma alegórica.
Alguns críticos do Amilenarismo argumentam que essa doutrina obscurece a esperança da segunda vinda de Cristo e a restauração completa da criação. Eles afirmam que o ensino bíblico sobre o reino de Deus é baseado em uma esperança futura de um governo justo e perfeito de Cristo sobre a Terra, e que o Amilenarismo enfraquece essa esperança.
O Amilenarismo é geralmente associado com tradições cristãs como a Igreja Católica Romana, a Igreja Ortodoxa e algumas denominações protestantes, como os Reformados e os Luteranos. No entanto, nem todos os membros dessas tradições concordam com essa visão teológica, e há uma ampla variedade de interpretações no cristianismo sobre a questão do milênio.
Ascensão do Amilenarismo
A ascensão do Amilenarismo está relacionada com o desenvolvimento da teologia cristã nos primeiros séculos depois de Cristo. No início da história do cristianismo, havia uma grande diversidade de interpretações bíblicas e teológicas em relação à segunda vinda de Cristo e ao reino de Deus.
No século IV, Agostinho de Hipona, um dos principais teólogos da igreja cristã, desenvolveu uma visão amilenarista do reino de Deus. Agostinho acreditava que o reino de Deus era uma realidade presente na Igreja, e que não haveria um reino literal e terreno de mil anos governado por Cristo na Terra. Em vez disso, ele entendia que a realização final do reino de Deus ocorreria na consumação da história, com a segunda vinda de Cristo.
A partir do século VI, o Amilenarismo se tornou a visão predominante do reino de Deus na igreja cristã. Essa visão foi amplamente defendida pela Igreja Católica Romana e pelas igrejas ortodoxas orientais, bem como por algumas tradições protestantes, como os Reformados e os Luteranos.
Durante a Reforma Protestante do século XVI, houve um renascimento do interesse pela interpretação literal e pré-milenarista do livro de Apocalipse, que defende a existência de um reino literal e terreno de mil anos governado por Cristo. No entanto, o Amilenarismo permaneceu como uma visão importante na teologia cristã e continua sendo defendido por muitos cristãos em todo o mundo.
Principais defensores
- Agostinho de Hipona: um dos pais da igreja cristã que viveu no século IV, Agostinho foi um defensor do Amilenarismo. Ele argumentava que o reino de Cristo é espiritual e que a Igreja é a realização desse reino na Terra.
- João Calvino: líder da Reforma Protestante do século XVI e fundador da tradição Reformada, Calvino também era um defensor do Amilenarismo. Ele argumentava que a interpretação pré-milenarista era baseada em uma leitura errônea do livro de Apocalipse.
- Martinho Lutero: outro líder da Reforma Protestante, Lutero também sustentava a doutrina do Amilenarismo. Ele acreditava que a segunda vinda de Cristo seria um evento súbito e inesperado, e que a crença em um reino literal de mil anos era desnecessária.
- Tomás de Aquino: um teólogo e filósofo medieval que viveu no século XIII, Aquino era um defensor do Amilenarismo. Ele acreditava que a igreja era a realização do reino de Deus na Terra, e que a segunda vinda de Cristo seria o evento que levaria a igreja a sua consumação final.
- São Basílio de Cesareia: outro dos pais da igreja cristã, Basílio foi um defensor do Amilenarismo. Ele argumentava que o reino de Cristo era espiritual e a igreja era a realização desse reino na Terra.
- Escatologia Bíblica
- Pré -Tribulacionismo
- Meso – Tribulacionismo
- Pós – Tribulacionismo
- Pré-Milenarismo
- Pós-Milenarismo
Views: 4