Meso-Tribulacionismo: Esperança em Meio ao Sofrimento

Meso -Tribulacionismo é uma corrente escatológica cristã que sustenta que a Igreja será arrebatada na metade da Grande Tribulação, ou seja, após completar os três anos e meio. Diferentemente do que sustenta o Pré-tribulacionismo que a Igreja será arrebatada antes da Grande Tribulação, nem no final do período da Tribulação, como sustenta o Pós-tribulacionismo.

Segundo os seguidores dessa teoria, a Igreja passará por uma parte da Tribulação, mas será retirada antes do período mais intenso de sofrimento e juízo divino, que ocorrerá após a metade do período da Tribulação. Esse ponto de vista é considerado uma posição intermediária entre o Pré-tribulacionismo e o Pós-tribulacionismo, e é geralmente aceito por uma minoria dentro do Cristianismo evangélico.

Conforme os defensores do Meso -Tribulacionismo, a Igreja será arrebatada por Cristo antes da Grande Tribulação, mas não antes da metade do período de sete anos descrito no livro de Daniel e no livro do Apocalipse. Essa posição é baseada na interpretação do livro de Apocalipse, que descreve um período de sete anos de tribulação na Terra, durante o qual ocorrerão eventos como a marca da besta, a guerra do Armagedom e o juízo divino.

Meso -Tribulacionismo

Os defensores do Meso -Tribulacionismo argumentam que a Igreja enfrentará a primeira metade da Tribulação, que será um tempo de preparação e purificação, mas será retirada antes do período mais intenso de sofrimento e juízo divino. Eles acreditam que a Igreja não será poupada de toda a tribulação, mas que será protegida e capacitada por Deus para resistir e superar os desafios que enfrentará.

Embora o Meso -Tribulacionismo não seja a posição mais popular entre os cristãos evangélicos, alguns líderes religiosos e teólogos influentes a defendem como uma posição mais equilibrada e consistente com a interpretação bíblica. Eles argumentam que o Meso -Tribulacionismo considera tanto a necessidade de preparação e purificação da Igreja, quanto a promessa de proteção divina durante os momentos mais difíceis da tribulação.

Defensores do Meso -Tribulacionismo

Alguns dos defensores mais conhecidos do Meso -Tribulacionismo incluem:

  • Marvin Rosenthal: fundador e diretor da organização Zion’s Hope, que promove o Meso-Tribulacionismo como sua posição escatológica.
  • Robert Gundry: um teólogo e acadêmico americano que defende o Meso-Tribulacionismo em seu livro “The Church and the Tribulation”.
  • Paul D. Feinberg: um professor de teologia sistemática no Trinity Evangelical Divinity School que defende o Meso-Tribulacionismo em seu livro “The Midrash Pesher of Habakkuk”.
  • Gleason L. Archer Jr.: um estudioso bíblico e professor de teologia que escreveu “The Rapture: Pre-, Mid-, or Post-Tribulational?”, defendendo o Meso-Tribulacionismo como a posição mais bíblica.
  • Arnold Fruchtenbaum: um teólogo messiânico que defende o Meso-Tribulacionismo em seus livros “The Footsteps of Messiah” e “Israelology: The Missing Link in Systematic Theology”.

Esses teólogos e estudiosos da Bíblia apresentam argumentos em favor do Meso-Tribulacionismo com base em sua interpretação das Escrituras, procurando mostrar que essa posição é a mais coerente com o ensinamento bíblico sobre a tribulação e o arrebatamento.

Base Bíblica

  • Os defensores do Meso -Tribulacionismo baseiam sua posição em várias passagens bíblicas que falam sobre a tribulação e o arrebatamento da Igreja. Algumas das passagens mais relevantes incluem:
  • 1 Tessalonicenses 4:15-17, que descreve o arrebatamento da Igreja antes da vinda de Cristo e da tribulação: “Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor”.
  • Daniel 9:27, que fala sobre um período de sete anos de tribulação: “Ele [o anticristo] fará um pacto firme com muitos por uma semana [sete anos], mas na metade da semana [três anos e meio] ele porá fim ao sacrifício e à oferta. E sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, seja derramada sobre ele”.
  • Apocalipse 3:10, que promete proteção aos crentes fiéis durante a tribulação: “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”.
  • Com base nessas e outras passagens bíblicas, os defensores do Meso -Tribulacionismo argumentam que a Igreja será retirada antes do período mais intenso da tribulação, mas passará por uma parte dela como um tempo de preparação e purificação. Eles acreditam que a tribulação terá um propósito redentor e que Deus usará esse tempo para santificar a Igreja e prepará-la para a vinda de Cristo.

Objeção ao Meso -Tribulacionismo

Uma das principais objeções ao Meso -Tribulacionismo é que a Bíblia não especifica exatamente quando o arrebatamento ocorrerá em relação à tribulação. Alguns cristãos argumentam que esta posição é baseada em interpretações subjetivas e que a Bíblia não fornece evidências claras o suficiente para apoiar essa posição.

Além disso, alguns cristãos evangélicos acreditam que a Igreja será arrebatada antes do período da Tribulação, como defende o Pré-Tribulacionismo, com base em outras passagens bíblicas que falam sobre a vinda de Cristo, como Mateus 24:36-44 e Lucas 17:26-30. Esses versículos sugerem que a vinda de Cristo será súbita e imprevisível, e que a Igreja será retirada antes do julgamento e da tribulação.

Outra objeção ao Meso-Tribulacionismo é que, se a Igreja passar por parte da tribulação, isso pode minar a confiança e a fé dos cristãos, tornando-os mais suscetíveis à apostasia. Alguns argumentam que a tribulação será um tempo tão intenso e doloroso que apenas aqueles que foram arrebatados antes dela serão capazes de permanecer fiéis a Cristo até o fim.

Em resumo, as objeções ao Meso-Tribulacionismo geralmente se concentram na falta de evidências bíblicas claras e na possibilidade de que essa posição possa minar a fé dos cristãos em tempos difíceis.

ADILSON CARDOSO

Adilson Cardoso: Teólogo, Filósofo — Professor de Filosofia, Teologia, Hebraico e Grego.

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