Existem pastoras na Bíblia? Este é um tema polêmico, delicado e deturpado. Desde o surgimento da Igreja não houve um registro que se convocassem reuniões, concílios ou qualquer categoria de debate para tratar destas questões. No entanto, este tema imerge na atualidade e provoca, às vezes, debates acalorados e desprovidos de base bíblica. Haja vista, quase sempre, ser contaminado pelo discurso feminista.

A produção de conteúdo relacionados a esta discussão é vasto. Seja em vídeos, artigos, livros, “podcasts”, debates em TVs, rádios, revistas, etc. Não importa a fonte, todos querem opinar, pois, as pastoras estão em toda parte. Por isto, este Artigo não é apenas mais um com a pretensão de opinar.

Pretende-se aqui, apresentar um tratado teológico e doutrinário para te ajudar, caro amigo leitor! Entender as bases e os fundamentos bíblicos, também, o desenrolar e o desfecho de toda caminhada antropológica, relacionados ao governo do povo de Israel, da família e da igreja.

Leia atentamente, seja intelectualmente honesto e fiel às Escrituras Sagradas. Todo leitor deve sempre extrair e nunca introduzir elementos estranhos no texto. No final desta página tem uma caixa de comentários, sua participação é importante.

Dissonância cognitiva — Existem pastoras na Bíblia?

A dissonância cognitiva é o mal que afeta e impede as pessoas de enxergar os fatos como eles são. Trata-se de nossas velhas crenças que, quando entra em contato com a realidade, conflita com aquilo que cremos. Ou seja, os fatos estão diante dos meus olhos, sei que o que vejo é a realidade, todavia, realizo um malabarismo mental para fugir da realidade e encontrar algo que autentique minha crença. Pessoas que sofrem deste mal nunca compreenderão a Bíblia como ela é, e, talvez, não compreenderão este Artigo.

Existem pastoras na Bíblia?

Uma questão doutrinária

Toda e qualquer interpretação da Bíblia para formular a liturgia da Igreja, tem que passar pelo crivo doutrinário aos moldes do padrão de Deus. Para o pastorado feminino não é e nem pode ser diferente. Antes de chamar o Apóstolo Paulo de machista, entenda que ele escreveu inspirado pelo próprio Criador e formulador das Doutrinas, sendo assim, considerar Paulo como machista é classificar Deus com a mesma nomenclatura.

Não se trata de dogmas, machismo, achismo ou especulação. Então, é preciso reportar ao início da criação para extrair as Doutrinas e sistematizá-las. Foi aí que Paulo ancorou seu entendimento para escrever suas cartas, por exemplo: doutrina da criação, queda, pecado, salvação, etc.

Uma vez entendida a sequência apresentada abaixo, pode-se chegar ao veredito e encontrar a tal resposta, afinal, existem pastoras na Bíblia?

DOUTRINA DA CRIAÇÃO

Primeiro Deus criou o homem. Logo em seguida deu-lhe três profissões, lavrador, administrador e segurança. Adão deveria trabalhar à terra, guardar o jardim e administrá-lo. Também, deu-lhe domínio sobre a natureza.

Depois Deus criou a mulher para ajudar Adão nas suas tarefas diárias. Em se tratando de pastorado feminino, logo pensa-se em administração da Igreja. Embora, a mulher tenha as mesmas habilidades e capacidade do homem, no entanto, os papeis se invertem e deturpam na ordem da criação quando o homem, no que tange ao pastorado da mulher, torna-se ajudador e serviçal dela.

Está implícito e muito claro nas entrelinhas de Gênesis que a função de administrar foi dada ao homem, todavia, o Criador logo percebeu que não era bom que o homem assumisse tudo sozinho e criou-lhe uma ajudadora. Em outras palavras, Adão precisava de Eva, e esta era um complemento, uma extensão dele. Sendo assim, ambos se completavam.

DOUTRINA DA CRIAÇÃO NA IGREJA

Seguindo a ordem da criação, o pastor é titular e administrador da Igreja, contudo, a figura da pastora ajudadora é importante e necessária. Sendo humano, passível de erros, nem sempre o pastor decide e age com lucides. Eis aí a importância da figura feminina no pastorado, às vezes, é ela que serve de freio e contrapeso sobre determinadas decisões insanas do pastor.

Sendo assim, o pastorado masculino sem o feminino não funciona. E a Igreja sob a administração da mulher, ou tem seu marido como ajudador, ou tem um homem frouxo e submisso, ambos estão errados. Lembrem-se, Deus criou a mulher para ajudar o homem. No caso citado acima tem uma inversão de papéis. Quem não concorda, então, discorda do próprio Deus.

DOUTRINA DA QUEDA

Após a queda (pecado), segue-se a cobrança. Foi a mulher que comeu o fruto, no entanto, o Criador cobrou do homem: “E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse lhe: onde estás” Gênesis 3:9. Por que Deus chamou Adão e não Eva para prestar contas do erro? É obvio e fácil de entender, foi a Adão que Deus delegou toda responsabilidade, então, era ele que deveria responder pelos erros de Eva.

A queda trouxe uma sentença para o homem e outra para a mulher. Para o homem Deus disse:

E a Adão disse: porquanto destes ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: não comerás dela, maldita é à terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.

Gênesis 3:17

Esta sentença é, no mínimo, intrigante. Repare o motivo da sentença: “porquanto destes ouvidos à voz de tua mulher”. É claro que era Eva que estava no comando, deixou Adão de lado, não o consultou e decidiu comer o fruto. Ou seja, à medida que ela toma as rédeas e decide comer, sobra para Adão ouvir passivamente e com submissão.

Agora imagina uma Igreja onde é a mulher que conduz e toma as decisões, sobra para o marido apenas ouvi-la e receber a sentença: “porque você deu ouvido e foi submisso a sua mulher, corrompida está a igreja por sua causa”. Pense nisto!

Para a mulher Deus disse:

E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.

Gênesis 3:16

A mulher recebeu uma sentença, cujo resultado advém do seu principal erro. Pois, ao assumir o comando e administrar a situação, ela agora iria submeter seu desejo e ser dominada por aquele que ela ocupou seu lugar. Portanto, a sentença é justa? Vinda do Criador, sim, pois, Deus é justo!

Simplesmente, para cada ato de rebeldia do homem há uma resposta corretiva de Deus. O pecado é uma agressão a Santidade de Deus e, se Ele deixasse sua Santidade ser agredida sem uma resposta, então, não seria Deus. Por isso, a sentença “teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”, é oriunda da própria mulher e não de Deus.

Quem mandou ela inverter os papéis? Se alguém pensa que ela ficaria impune e a culpa cairia apenas em Adão, se enganou! Sendo assim, é a mulher culpada e sentenciada pelos seus próprios erros. Como diz aquele famoso jargão popular: “errar é humano, mas persistir no erro é burrice”. Então, não caia no mesmo erro, façamos a coisa certa!

DOUTRINA DA SALVAÇÃO

Após a queda segue-se o plano de redenção, isto é, o plano para resgatar o homem caído. Para isto Deus envia seu Filho (homem). Da semente da mulher nasceria o Salvador, Gênesis 3:15. Todavia, os humanos se corromperam de tal forma que Deus decidiu por fim na humanidade e começar tudo de novo, Gênesis 6, para isto Ele escolheu Noé (homem).

Iniciam-se novas civilizações com os três filhos de Noé (Sem, Cam, Jafé) todos homens. Nos dias de Noé Deus foi “forçado” a destruir o mundo antes que todas as pessoas se corrompessem, inclusive, Noé. Se isto acontecesse a semente (Jesus) não nasceria e o plano da Salvação não seria concretizado.

Para evitar que a história se repetisse, Deus forma um povo através do patriarca Abraão (homem). Assim, seria mais fácil preservar a semente sob os cuidados de um povo. O povo de Israel é escravizado no Egito, Deus levanta um libertador, Moisés (homem). Embora, tivesse sua irmã Miriã, que era profetiza, no entanto, Ele escolheu Moisés e não Miriã.

Para falar com Faraó escolheu Moisés e Arão (homens). Deu as tábuas da lei para Moisés (homem). Inicia os cultos e sacrifícios através dos Sacerdotes, Sumo sacerdote e Levitas (todos homens). Deus deu o direito de primogenitura (apenas para os homens), confira Gênesis 49:3; Deuteronômio 21:17. Exceto quando não tinha nenhum homem na família.

Quando o povo pediu um rei para Samuel, Deus levantou Saul (homem) e todos os seus sucessores foram reis (homens). Assim como Eva quebrou este ciclo, Atalia, filha de Jezabel, usurpou o trono e transformou em um reinado de terror 2 Crônicas 21:17… A única rainha (mulher) contrariando o chamado de Deus, trouxe muitos problemas e quase interrompeu a genealogia do Messias. Quando a mulher assume as rédeas e o comando daquilo que não lhes pertence, o resultado não pode ser satisfatório.

Deus dividiu o povo de Israel em doze tribos, todas encabeçadas e comandadas por homens. Leia a Bíblia e entenda como predominava o sistema patriarcal.

CONCLUSÃO SOBRE A QUESTÃO DOUTRINÁRIA NO ANTIGO TESTAMENTO

Não se trata de machismo, mas, de Doutrinas Bíblicas. Como vimos ao longo deste tratado, Deus escolheu homens para desenvolver o plano da Salvação, talvez, você esteja se perguntando, por quê? A resposta é, não sei. Tudo que sei é que Ele é Deus, Soberano, autor e condutor da história, ou seja, as mãos de Deus movem a história para ter um desfecho segundo seus propósitos.

Cabe ao leitor da Bíblia aceitar, obedecer e não questionar, pois, nossa visão é curta e nosso entendimento limitado nos impedem compreender as coisas que são mistérios, transcendem e extrapolam toda e qualquer compreensão terrena e humana.

Seria desonesto da nossa parte encerrar esta parte da exposição sem citar as mulheres da Bíblia. Elas tiveram um papel de extrema importância no plano da Salvação. O que dizer de Sara, Rebeca, Raquel, Debora, Ester e muitas outras. Sem elas, não existiria genealogia, povo, tampouco, a própria história. Por isso, homem e mulher formam uma unidade, uma só carne, uma só história.

Quando a Bíblia fala de submissão, não entenda que a mulher é inferior, incapaz ou que não mereça o pastorado. Trata-se de uma questão doutrinária.

NOVO TESTAMENTO — Existem pastoras na Bíblia?

Existem pastoras na Bíblia? Este é um tema importante, complexo e é necessário que se faça uma abordagem completa, incluindo o Novo Testamento. Pois, a exposição bíblica do NT é adversa a do AT, no entanto, apresenta uma sequência lógica e progressiva no que tange ao ministério feminino.

Jesus começa o seu ministério escolhendo doze homens para serem Apóstolos, mesmo tendo muitas mulheres importantes ele não escolheu nenhuma “apóstola”. E não foi por falta de mulheres competentes, pois, ele tinha a sua disposição as Marias, também, várias mulheres importantes da nobreza, inclusive, ele poderia escolher sua mãe como apostoliza, contudo, não a escolheu.

Quando Judas traiu Jesus surgiu uma vaga no colégio apostólico. Confira Atos Capítulo 1, quando os apóstolos se reuniram para escolher o substituto de Judas havia lá muitas mulheres, inclusive, a mãe de Jesus. Todavia, quem eles escolheram? Dois homens.

Referente ao problema em Atos 6 relacionados as viúvas, os apóstolos disseram: “escolham 7 homens de boa reputação para serem diáconos”. Observa-se aí que esta escolha quebrou a lógica e contrariou o entendimento humano, haja vista, o óbvio seria escolher mulheres para cuidar das viúvas, entretanto, não foi o que aconteceu neste caso.

Quando Paulo em suas cartas apresenta a qualificação dos pastores e presbíteros, confira 1 Timóteo 3 e Tito 1, ele diz: “o bispo tem que ser marido de uma só mulher e governar bem a sua casa”.

Existem pastoras na Bíblia?

Minha pastora é uma benção

Existem algumas correntes filosóficas que norteiam o pensamento contemporâneo e apontam o valor da ação. Ou seja, como posso saber o valor da conduta? Como saber se alguém agiu bem ou mal? O que fazer para não equivocar nas tomadas de decisões?

São várias correntes de pensamentos elaboradas e usadas no meio jurídico, político, econômico, ético e outros mais… No entanto, um se destaca por estar em evidência, inclusive, nas decisões eclesiásticas e na ordenação de pastoras, cujo foco e objeto de estudo recai sobre o tema aqui estudado. Trata-se do pragmatismo.

Pragmatismo

Segundo o pragmatismo, o valor da ação só é conhecido pelos resultados, isto é, o valor da conduta só é conhecido depois da ação acabada. Se o resultado foi o esperado e satisfatório, então, a ação foi legitima e boa. Não importa os meios e sim os resultados, em outras palavras “os fins justificam os meios”.

Eis aqui um exemplo do pragmatismo, na prática: uma empresa só saberá se o vendedor contratado é bom vendedor no decorrer do tempo. O tempo é necessário para coletar os resultados. Se ele vendeu, então, é bom vendedor? Pelos resultados, sim, mas, se ele mentiu e enganou seus clientes?

Observe que sob as lentes do pragmatismo o vendedor agiu bem e aprovado, pois, cumpriu os requisitos para o qual foi contratado, vender. Entretanto, mentir e enganar não é certo e é imoral. Ou seja, os fins não justificam os meios. Se o resultado foi bom, no entanto, o meio para se chegar a ele foi imoral.

Para melhor entender, o pragmatismo faz o que dá certo e não o que é certo. Grosso modo, é dever de todos fazer o que é certo, mesmo que os resultados não sejam satisfatórios.

Talvez, caro amigo leitor! Você ficou demasiado incomodado com a apresentação acima. Se o pragmatismo é maligno e corruptor da sociedade, destrói a moral e elimina a ética. Ele levanta sua face mais horrenda ao adentrar nas Igrejas.

Não é difícil encontrar alguém dizendo que a igreja do fulano é de Deus porque cresce no índice numérico. Todavia, cresce voando com as asas do pragmatismo? Fez o que é certo? Ou fez o que dá certo? Quais os meios usados para se chegar ao crescimento?

Esta mesma aplicação se faz para autenticar o pastorado feminino. Minha pastora é uma benção! Brada o membro entusiasmado com os resultados. Minha esposa é pastora e é uma benção, relata o marido submisso e interesseiro. Os resultados aqui são grandes e abençoados, pois, a Igreja caminha e cresce.

Eis aí o pragmatismo em seu mais alto grau. Se dá certo não quer dizer ser certo. Não faz muito tempo que surgiu a primeira pastora no mundo, no entanto, os resultados já são visíveis. A inversão de papeis e o esvaziamento bíblico no pastorado feminino, reflete diretamente nos lares. Rebeldia contra pais e mães, esposas contra seus maridos, por fim, confusão e divórcio.

Se a sua pastora é uma benção e sua Igreja cresce. Não é porque ela faz o que é certo, e sim, o que dá certo. Pense nisto!

OBJEÇÕES — Existem pastoras na Bíblia?

Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.

Gálatas 3:28

Este é o versículo preferido para dar legalidade ao pastorado feminino, pois, descolado do contexto, abre um leque de possibilidades para introduzir elementos estranhos ao texto. Principalmente, para forçá-lo a dizer o que ele não diz, fragmentar a ideia central do autor e formular interpretações equivocadas. Entretanto, uma boa hermenêutica é essencial para desconstruir equívocos.

Os defensores do pastorado de mulheres usam esse texto para autenticar a ideia de que Deus chama homens e mulheres para o ministério pastoral. Todavia, a luz do contexto, observa-se que este versículo não fala absolutamente nada sobre ministério pastoral.

O real significado é que aqui não há distinção de pessoas, portanto, não importa a qual nação ou classe social a pessoa pertença. Toda raça, etnia, cor de pele ou sexo, somos todos iguais perante Cristo e, somente ele consegue unir tudo em todos. A distinção foi removida, contudo, nada é citado neste texto sobre a legalidade do pastorado feminino.

Ministério Feminino

O ministério feminino é essencial, sem ele a Igreja nem existiria, pois, não existe o pastor sem a pastora. Também, a luz da Bíblia, não existe pastor sem a figura da pastora. A pastora para atuar no ensino e aconselhamento de mulheres e crianças e o pastor para administrar e pastorear a Igreja.

A mulher pode pregar nos púlpitos? A resposta é sim, confira Marcos 16:16: “ide e pregai o Evangelho a toda criatura”. Repare que o chamado para pregar é para todos, inclusive, as mulheres.

Existem pastoras na Bíblia?

Considerações Finais — Existem pastoras na Bíblia?

Existem pastoras na Bíblia? A resposta é não! Não encontra respaldo bíblico para o pastorado feminino no Antigo ou Novo Testamento, nem na história da Igreja, tampouco, atualmente.

Quando se trata de Teologia bíblica relacionada ao trabalho de mulheres na Igreja, deve-se analisar com as lentes apontadas para o “ministério feminino”, pois, este é bíblico, importante e necessário para o pleno funcionamento da Igreja na totalidade. Todavia, o ministério feminino ordenado não aparece em nenhum dos Livros do NT, tampouco, foi ensinado por Jesus ou por qualquer um dos apóstolos.

Privilégios das mulheres no NT. Foram as primeiras a anunciar a ressurreição de Jesus.

Jesus honrou as mulheres de sua época, deu lugar de destaque que elas não tinham. Falou com a mulher samaritana. Recebeu a com carinho e respeito a mulher pecadora na casa de Simão.

Homens e mulheres na Bíblia são iguais em pessoalidade, capacidade intelectual, inteligência, competência e valor. Ambos foram criados e tratados pelo criador como uma só carne após a união em casamento. Os dois foram criados a imagem e semelhança de Deus.

Exitem Apóstolos Hoje?

O homem não é superior, tampouco, a mulher é inferior. Contudo, existem papeis diferentes e distintos para ambos, cuja inversão destes papeis resulta em distorção e debilidade, confusão, por fim, a degradação que tira a credibilidade e obscurece a Igreja, o corpo de Cristo.