Lembranças após a morte

Lembranças após a morte só faz sentido para quem crê na Bíblia Sagrada e na vida eterna. Se você é um cético ou ateu, então, este Artigo não é para você. Todavia, saiba que nenhum arquiteto constrói para depois demolir sua obra.

Deus, o nosso Criador, criou a alma para viver eternamente. Só assim, uma pessoa que almeja a felicidade, e corre atrás dela durante a vida, no entanto, encontra na escuridão de um túmulo gelado, o seu fim trágico. Sendo assim, a vida e a procura da felicidade perde seu sentido, e exige algo que aplaque a agonia de seu ser, contemplando com a vida após a morte. Pense nisto!

Lembranças após a morte, quando fazemos o desembarque desta vida, as lembranças serão preservadas? Lembranças boas e más? Ou somente as boas! Se preservadas as lembranças más, ao lembrar sobre nossos entes queridos, sofreremos por causa disto?

Este Artigo cogita responder estas e outras indagações relacionadas a este tema fascinante e polêmico.  Com as lentes da Teologia e da Filosofia, e as ferramentas que elas dispõem, tentaremos não somente defender o conteúdo proposto, mas, também, provocar o debate.

Leia o Artigo com atenção, no final desta página tem uma caixa de comentários, sua participação é importante para agregar conhecimento. Concordando ou discordando, sempre será útil acrescentar informações, assim, ajudar os leitores em sua compreensão e decisão.

Imortalidade da Alma

Lembranças após a morte

Saiba que, a imortalidade seria uma palavra lançado no vácuo, se a alma, na sua sobrevivência, não conservasse a consciência de si mesma, de sua identidade, e não pudesse exercer suas operações.

Para que as sanções da outra vida sejam eficazes, é preciso que a alma se conheça e se conheça como idêntica ao que era durante a vida terrestre; e, para que suas aspirações, à felicidade perfeita, sejam satisfeitas, é preciso que ela mantenha a consciência de si mesma e de sua individualidade.

Enfim, a sobrevivência ilimitada aparece como uma condição essencial da felicidade perfeita, não se pode ser verdadeiramente feliz, quando não se está convicto de jamais perder o bem que se possui.

A alma é então, de direito, imortal. Para tanto, é necessário que nenhuma força exterior à alma venha aniquilá-la. Apenas aquele que cria pode aniquilar. Deus, então, somente Deus, poderia lançar a alma para o nada, de onde tirou pelo seu poder. Mas a razão nos prova que ele não o fará e que não deu à alma uma natureza imortal a não ser para garantir-lhe, de fato, a imortalidade. Sua sabedoria e sua bondade o exigem.

A sabedoria do Criador exige que ele não destrua sua obra. O arquiteto não constrói para demolir, e Deus não deu à alma, uma natureza incorruptível para lançá-la ao nada. A bondade de Deus exige que a alma desfrute desta, imortalidade, sem a qual suas aspirações mais ardentes a mais profundas ficariam insatisfeitas.

Frustrada em suas tendências essenciais, a alma humana teria uma sorte pior que a dos animais que, ao menos, atingem seu fim, e estaria fadada ao desespero. Mas isto seria indigno da bondade divina. Assim, de direito como de fato, a alma é imortal, de uma imortalidade pessoal e sem fim.

Desembarcando aqui — Embarcando lá — Lembranças após a morte

A transição da vida física para a entrada na eternidade, só pode ser inteligível sob o entendimento que a vida na eternidade é a continuação da vida aqui. Embora, o corpo físico ser transformado para entrar no novo lar, no entanto, não será uma nova pessoa com uma nova identidade.

Lembranças boas e más

Cada ser humano foi criado por Deus com características próprias e individuais. Traços físicos, fisionomia, impressão digital, emoções, capacidade intelectual, capacidade volitiva, força física, etc. Ninguém é igual a ninguém, nem mesmo os gêmeos compartilham essas características que é uno do Ser.

O Ser é uno e carrega consigo os aspectos necessários para a formação de sua identidade. Aquilo que o identifica e distingue entre os outros seres. Esta identidade é composta de memória, lugar onde é armazenado todos os registros de todas as nossas atividades aqui nesta vida.

Lembrar é buscar na memória o registro de algo que já aconteceu e está armazenado. Assim acontecem as lembranças, quer sejam boas ou más elas estão registradas. Isto é simplesmente fantástico, e, em simultâneo, aterrorizante.

Inteligência Maior — Lembranças após a morte

Fantástico porque este sistema complexo de memória não pode ser oriundo do acaso, exige uma inteligência maior que crie e transcenda sobre a menor. Haja vista, a complexidade só pode ser entendida sob a luz de uma causa ordenadora.

Aterrorizante, por esta memória ser uma espécie de cofre, cuja chave está sob os cuidados de quem o criou, ou seja, a chave está com Deus. Sendo assim, não conseguimos acessar os registros da memória e apagar nada do que está armazenado lá.

Ah! Caro amigo leitor! Você não leu errado, simplesmente não conseguimos deletar nada da memória, ainda que queremos nos livrar de tal lembrança, confira os Versículos seguintes:

De tudo o que se tem ouvido, o fim é: teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.

Eclesiastes 12:13,14

Porque está escrito: como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, toda a língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.

Romanos 14

Existem entendimentos equivocados, algumas pessoas afirmam que todas as lembranças ruins serão apagadas. Esta compreensão não encontra respaldo bíblico, pois, mesmo para os salvos haverá um julgamento para galardões. 1 Coríntios 3:14-15.

Então, como entenderá aquele que será julgado, porque ganhou ou perdeu um galardão? Somente pela memória ativa e com todas as lembranças boas ou ruins preservadas que o julgado compreenderá tal veredito.

Para os não salvos durante o julgamento no trono branco – Apocalipse 20:11-15, deverão prestar contas diante do tribunal sobre tudo que fizeram. Isto só faz sentido com a plena atividade da memória.

Sofrimento ao lembrar de coisas ruins

Quando falamos na preservação de todas as lembranças, quer sejam boas ou ruins. Logo, surge a mais intrigante de todas as perguntas. Ao lembrar de alguém que amamos e não foi salvo, não sofreremos por isso? A resposta é não! Haja vista, o sofrimento entrou na história da humanidade após o pecado, então, o sofrimento é decorrente do pecado.

Sendo assim, quando o pecado for retirado, levará consigo o sofrimento. Na eternidade, sem a presença do pecado não haverá nenhum tipo de sofrimento, mesmo que seja sobre as lembranças ruins.

Lembranças após a morte — Evidências

Lembranças após a morte

Lembranças após a morte estão imersas nos planos do Criador. Por exemplo: estaremos na eternidade, salvos e felizes. Mas, de quem é o mérito? A resposta é óbvia, logo diremos: o mérito é de Cristo, pelo seu sofrimento, por sua humilhação, insultos, dores e, por fim, sua morte cruel naquela cruz.

Para reconhecer este mérito, é necessário manter todas as lembranças aqui da terra, inclusive, toda maldade humana.

Outra evidência forte que Deus jamais apagaria de nossas memórias, é a lembrança de que vivemos num mundo de pecado, cujo homem se rebelou contra seu Criador. Tendo como resultado as guerras, fome, sofrimento, injustiças, morte e outros males oriundos do pecado.

Jamais os salvos esquecerão e desejarão retornar ao mesmo ambiente. Eis aí, um motivo para agradecer e louvar seu Criador por toda Eternidade.

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Provérbio 31 Hebraico com Áudio e Transliteração

ADILSON CARDOSO

Adilson Cardoso: Teólogo, Filósofo — Professor de Filosofia, Teologia, Hebraico e Grego.

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