Quem foi Émile Durkheim: Biografia, Pensamento, Obras

Émile Durkheim foi um sociólogo francês que viveu entre 1858 e 1917. Ele é conhecido por ter feito importantes contribuições para o desenvolvimento da sociologia como disciplina científica e por ter fundado a escola sociológica francesa. Neste artigo, vamos explorar a vida de Durkheim, suas principais ideias e obras.

Quem foi Émile Durkheim
Frase Clássica
“A sociedade está acima do indivíduo, e os fatos sociais atuam como uma imposição do comportamento individual.”
Émile Durkheim

Biografia — Quem foi Émile Durkheim

Émile Durkheim nasceu em Épinal, na região da Lorena, na França, em 1858. Ele cresceu em um ambiente judaico tradicional, já que seu pai, Moisés Durkheim, era rabino. Durkheim aprendeu alemão, Hebraico e francês desde cedo. Ele estudou na Escola Normal Superior de Paris, onde teve contato com importantes filósofos e sociólogos de sua época, como Henri Bergson e Ferdinand Tönnies. Durkheim se formou em filosofia em 1882 e começou a dar aulas em escolas secundárias.

Em 1887, Durkheim foi nomeado professor de sociologia na Universidade de Bordeaux, onde fundou o primeiro departamento de sociologia do mundo. Ele também criou a revista “L’Année Sociologique”, que se tornou uma das publicações mais influentes na área da sociologia. Durkheim teve um papel fundamental na consolidação da sociologia como disciplina científica, e suas ideias influenciaram muitos outros sociólogos e cientistas sociais. Ele morreu em Paris em 1917.

Estudos — Quem foi Émile Durkheim

Durkheim estudou na Escola Normal Superior de Paris, onde teve contato com importantes filósofos e sociólogos de sua época, como Henri Bergson e Ferdinand Tönnies. Ele se formou em filosofia em 1882 e começou a dar aulas em escolas secundárias.

Carreira acadêmica

Em 1887, Durkheim foi nomeado professor de sociologia na Universidade de Bordeaux, onde fundou o primeiro departamento de sociologia do mundo. Ele também criou a revista “L’Année Sociologique”, que se tornou uma das publicações mais influentes na área da sociologia.

A carreira acadêmica de Émile Durkheim foi marcada por importantes contribuições para o desenvolvimento da sociologia. Além de fundar o primeiro departamento de sociologia do mundo na Universidade de Bordeaux, ele também foi um dos primeiros professores da disciplina na França.

Durkheim se destacou por suas pesquisas sobre a sociedade francesa e por seus estudos teóricos sobre temas como a divisão do trabalho, a solidariedade social e o suicídio. Ele defendia que a sociologia deveria ser uma disciplina científica, com métodos objetivos e baseados em fatos empíricos.

Durkheim teve um papel fundamental na consolidação da sociologia como disciplina acadêmica e científica. Seus métodos e teorias influenciaram muitos outros sociólogos e cientistas sociais, tanto na França como em outros países. Sua contribuição para o desenvolvimento da sociologia é amplamente reconhecida até hoje.

Pensamento — Quem foi Émile Durkheim

Fatos sociais

Uma das principais ideias de Durkheim é a de que os fatos sociais são coisas, ou seja, são objetivos e independentes da vontade dos indivíduos. Segundo Durkheim, os fatos sociais são como estruturas que moldam o comportamento humano.

Para Émile Durkheim, os fatos sociais são normas, valores e crenças compartilhados por um grupo ou sociedade que exercem uma pressão coercitiva sobre o indivíduo. Ele acreditava que esses fatos sociais são externos ao indivíduo e moldam seu comportamento e pensamento, influenciando suas ações e escolhas.

Durkheim defendia que os fatos sociais devem ser estudados de maneira objetiva e científica, sem levar em consideração o ponto de vista individual. Para ele, os fatos sociais têm uma existência independente dos indivíduos que os compõem e podem ser estudados como se fossem coisas concretas.

Além disso, Durkheim destacou que os fatos sociais são essenciais para a manutenção da ordem social e da solidariedade entre os indivíduos. Eles são responsáveis por criar um senso de pertencimento e de identidade coletiva, o que é fundamental para o funcionamento da sociedade.

Para exemplificar a importância dos fatos sociais, Durkheim utilizou o exemplo do suicídio. Ele mostrou que o suicídio não é um fenômeno individual, mas sim um fenômeno social que está relacionado a fatores como a solidariedade social e a integração do indivíduo na sociedade.

Solidariedade social

A solidariedade social é um dos conceitos centrais na teoria sociológica de Émile Durkheim. Ele distinguiu dois tipos de solidariedade: a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica.

A solidariedade mecânica é característica de sociedades tradicionais e se baseia na homogeneidade social. Nesse tipo de solidariedade, as pessoas compartilham valores, crenças e práticas culturais semelhantes, o que as torna interdependentes. A solidariedade mecânica é mantida por meio da coerção social e da punição para aqueles que não seguem as normas sociais.

Já a solidariedade orgânica é característica de sociedades modernas e se baseia na diversidade e especialização das funções sociais. Nesse tipo de solidariedade, as pessoas dependem umas das outras para a realização de tarefas específicas, o que gera interdependência. A solidariedade orgânica é mantida por meio da cooperação e da interação entre as pessoas.

Durkheim defendia que a solidariedade social é fundamental para o funcionamento da sociedade. Ela garante que as pessoas tenham um senso de pertencimento e de identidade coletiva, o que é importante para a estabilidade social e para a prevenção de conflitos.

Além disso, Durkheim mostrou que a solidariedade social está relacionada ao crime e à punição. Em sociedades com solidariedade mecânica, o crime é visto como uma ofensa à coletividade e é punido de maneira severa. Já em sociedades com solidariedade orgânica, o crime é visto como uma ofensa aos indivíduos e é punido de maneira mais branda.

Suicídio

O suicídio é outro tema importante na teoria sociológica de Émile Durkheim. Em seu livro “O Suicídio”, ele analisou as taxas de suicídio em diferentes países e categorizou-os em três tipos: egoísta, altruísta e anômico.

O suicídio egoísta ocorre quando a pessoa se sente desligada da sociedade e não tem um senso de pertencimento. Esse tipo de suicídio é mais comum em sociedades individualistas, onde o foco está no indivíduo e não no coletivo.

Já o suicídio altruísta ocorre quando a pessoa está excessivamente ligada à sociedade e é levada a se sacrificar por ela. Esse tipo de suicídio é mais comum em sociedades coletivistas, onde o indivíduo é subordinado ao grupo.

Por fim, o suicídio anômico ocorre quando a sociedade passa por mudanças rápidas e intensas, o que leva a uma perda de valores e normas. Esse tipo de suicídio é mais comum em momentos de crise e mudança social.

Durkheim mostrou que o suicídio não é apenas um ato individual, mas é influenciado pelo ambiente social. Ele argumentou que taxas mais altas de suicídio não estão necessariamente relacionadas a fatores individuais, como a saúde mental, mas sim a fatores sociais, como o nível de coesão social e o grau de regulação social.

Portanto, para Durkheim, o suicídio é um fenômeno social que deve ser estudado em relação ao contexto social em que ocorre. Suas categorias de suicídio ainda são relevantes hoje e têm sido utilizadas por outros sociólogos para entender as taxas de suicídio em diferentes sociedades e momentos históricos.

Obras

As obras de Émile Durkheim são muito variadas e cobrem vários temas, desde a sociologia da religião até a teoria do conhecimento. Algumas de suas obras mais conhecidas incluem:

  • “Da Divisão do Trabalho Social” (1893): Nesta obra, Durkheim analisa como a sociedade é mantida unida através do trabalho e da interdependência entre as pessoas. Ele argumenta que a divisão do trabalho é uma fonte de solidariedade social e que a especialização leva à interdependência.
  • “As Regras do Método Sociológico” (1895): Neste livro, Durkheim explica a abordagem sociológica e como ela difere da abordagem de outras disciplinas, como a psicologia e a história. Ele também discute a importância da objetividade e da coleta de dados empíricos.
  • “O Suicídio” (1897): Como mencionado anteriormente, nesta obra, Durkheim analisa as taxas de suicídio em diferentes sociedades e categoriza-os em três tipos.
  • “As Formas Elementares da Vida Religiosa” (1912): Neste livro, Durkheim estuda as crenças e práticas religiosas em sociedades primitivas e argumenta que a religião é uma fonte de solidariedade social.
  • “Educação e Sociologia” (1922): Nesta obra, Durkheim argumenta que a educação deve ser vista como uma instituição social e que seu objetivo deve ser formar cidadãos que contribuam para a sociedade.

Essas obras são apenas algumas das muitas que Durkheim escreveu ao longo de sua carreira. Suas ideias e teorias influenciaram muito a sociologia e continuam a ser estudadas e debatidas hoje em dia.

Frase Clássica
“Nosso egoísmo reflete, na maioria das vezes, como produto da sociedade.”
Émile Durkheim

Contribuição para Reforma Universitária

Émile Durkheim fez importantes contribuições para a reforma universitária durante sua carreira acadêmica. Ele acreditava que a universidade deveria ser um lugar onde os estudantes pudessem aprender a pensar criticamente e a desenvolver habilidades de pesquisa. Durkheim também defendia a importância da sociologia como disciplina acadêmica e argumentava que ela deveria ter um lugar de destaque no currículo universitário.

Durkheim foi um dos fundadores da Escola de Sociologia Francesa, que defendia a importância da sociologia como ciência e enfatizava a necessidade de coletar dados empíricos para entender os fenômenos sociais. Ele também acreditava que a universidade deveria ter um papel ativo na sociedade, contribuindo para a resolução de problemas sociais e para o desenvolvimento de políticas públicas.

Durkheim defendia a criação de departamentos de sociologia nas universidades e a formação de professores especializados na disciplina. Ele argumentava que a sociologia deveria ser uma disciplina independente, com suas próprias teorias e métodos de pesquisa. Além disso, Durkheim defendia a importância da interdisciplinaridade na universidade, incentivando a colaboração entre as diferentes áreas do conhecimento.

As ideias de Durkheim tiveram um impacto significativo na reforma universitária na França e em outros lugares. Suas ideias sobre a importância da sociologia como disciplina acadêmica e sobre o papel da universidade na sociedade influenciaram muitas instituições de ensino superior em todo o mundo e ainda são relevantes hoje em dia.

Frases Famosas

Émile Durkheim é conhecido por suas frases e citações famosas. Aqui estão algumas delas:

  • “A sociologia é a ciência que estuda os fatos sociais.”
  • “A educação não é preparação para a vida; a educação é a própria vida.”
  • “O fato social deve ser tratado como coisa.”
  • “A solidariedade é o sentimento que se tem de que os interesses próprios dependem dos interesses comuns.”
  • “O suicídio é um fenômeno social.”
  • “O homem é um animal ao mesmo tempo individual e social.”

Essas frases resumem algumas das ideias centrais de Durkheim sobre a sociologia, a educação, os fatos sociais e a solidariedade. Eles também destacam sua visão de que a sociedade é uma entidade complexa e interconectada, e que muitos dos problemas sociais devem ser compreendidos como fenômenos sociais que afetam a todos. As frases de Durkheim continuam a inspirar estudiosos e pensadores hoje em dia.

Émile Durkheim Resumo

Émile Durkheim acreditava que a sociedade exerce forças poderosas sobre os indivíduos. Conforme ele, as normas, crenças e valores das pessoas constituem numa consciência coletiva, uma forma partilhada de compreensão e de atuação no mundo.

A consciência coletiva unifica os indivíduos e cria a integração social. Quem foi Émile Durkheim? Um homem preocupado com a unificação social.

Durkheim viu o aumento da densidade populacional como um fator importante na emergência da modernidade. À medida que o número de pessoas aumenta, as interações aumentam e a sociedade torna-se mais complexa.

À medida que as atividades econômicas com vizinhos distantes e comerciantes aumentam, os laços tradicionais como a família, a religião e a solidariedade moral, que anteriormente asseguravam a integração social, começam a afrouxar. Ele temia que a modernidade fosse um prenúncio de desintegração social.

As sociedades mais simples baseiam-se na solidariedade mecânica, onde pessoas com ego suficiente estão ligadas aos outros por laços pessoais e tradições próximas. As sociedades modernas são construídas sobre solidariedade orgânica, ligadas pela dependência dos outros — a divisão do trabalho.

A sociedade moderna pode minar os laços tradicionais de solidariedade mecânica, mas está a substituí-los pelos laços de solidariedade orgânica.

Durkheim apresentou uma teoria da função da religião nas sociedades indígenas e modernas e descreveu os fenômenos da ignição e consciência coletiva.

Durkheim é chamado um funcionalista estrutural porque a sua teoria se centra na função de certas instituições (por exemplo, a religião) na manutenção da solidariedade social e da estrutura social.

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