CARTA A DOM PEDRO OUVIRAM DO IPIRANGA
Carta a Dom Pedro. Muitos já cantaram e cantam o Hino Nacional sem nenhuma reflexão sobre a profundidade de informações que aparecem nas entrelinhas de sua letra.
A Carta a Dom Pedro é uma reflexão sobre a letra do Hino nacional brasileiro associado a realidade do convívio social no qual estamos inseridos. Espera-se que haja sentimento de patriotismo e despertamento sobre a necessidade de mudança urgente
Ouviram lá no conhecido bairro do Ipiranga as margens tranquila, serena e límpida de um rio que agora é um esgoto a correr e colher os dejetos da cidade de São Paulo, que agora não passa de águas sujas e fedorentas até desaguar no Rio Tiete.
Este segue seu caminho levando no seu curso Brasil afora uma mensagem apenas do que se ouviram, mas, não se escutam mais. Suas águas escuras retratam a realidade do que se segue.
De um povo heroico o brado retumbante[1], mas, que retumba ao som forte do samba no carnaval, no futebol e principalmente na prostituição. Caro amigo Dom Pedro! Suas vozes são fortes, não lhes faltam fôlego nem dinheiro para folia.
No final colhem os filhos do carnaval, mães solteiras e filhos sem pai. Oxalá que usassem seu heroísmo e a voz para protestarem nas urnas. Mas que urnas? O jogo é sempre o mesmo, as mesmas peças no mesmo tabuleiro. Para haver herói precisa trocar o tabuleiro e não apenas mover as peças!!!
E o sol da liberdade que resplandecente e reluzente, agora brilha neste instante, neste exato momento para iluminar a liberdade. Que belo! Que triste! O povo é livre! Livre para matar sem ser punido, livre para roubar e para prostituir.
Até as músicas, caro amigo Dom Pedro, sabe aquele gosto refinado quando você para no farol com sua família e ai vem um individuo do lado com o som do carro no último volume e com palavrões que nem um penico aceitaria.
Que dirá os ouvidos? Liberdade! Liberdade! Me fez lembrar da música do grupo só pra Contrariar: “O que eu vou fazer com essa tal liberdade?” Sem contar os bailes funks a céu aberto que vira madrugada adentro. Para que serve esta liberdade?
Embora, caro amigo Dom Pedro haja estes problemas citados acima, ainda temos esperanças porque transformaram aqui numa suposta Democracia.
E Democracia pressupõe liberdade, até nossos políticos democraticamente participam de mensalões, caixa dois, pagam propinas e carregam dinheiro na cueca, em malas, guardam dinheiro aos montes em apartamentos e legislam em causa própria.
O sol criado por Deus para iluminar a liberdade é obrigado, também, iluminar a corrupção. Ainda bem que ele ilumina também uma tal de Lava jato que está fazendo uma limpeza por aqui.
Caro amigo Dom Pedro! Aqui tem um povo trabalhador, levanta-se de madrugada, pegam ônibus e trens lotados iguais latas de sardinhas. Conquistamos com braços fortes e damos como penhor os nossos impostos.
Haja vista, diga-se de passagem, que pagamos a maior carga tributária do planeta. E em teu seio já não sai mais o leite da liberdade, mas, corre o sangue da violência, somos desafiados a encarar a própria morte abandonados nos corredores dos hospitais, sem médicos, medicamentos e sem políticas públicas para melhorar a saúde.
Assistimos todos os dias o penhor [2] da desigualdade social que desafia e condena a maioria da população desta pátria amada a viver com salário mínimo e, em contrapartida uma pequena elite esbanjam e zombam da nação tendo auxilio paletó, carros e aviões do Estado para viajar, recebem auxilio aluguel mesmo tendo suas casas próprias.
E se não bastasse, ainda roubam a Petrobras e outras instituições públicas. E nesta pátria amada estes mesmos políticos são defendidos e idolatrados por alguns brasileiros incautos. Salvem-nos! Salvem-nos!
O que nos resta é sonhar, é isto mesmo caro amigo Dom Pedro! Quem sabe brilha um raio vivido mesmo que seja em sonho? A terra desce, aliás, já desceu. Chegamos ao fundo do poço, os brasileiros já não aguentam mais.
]Debaixo da imagem do cruzeiro e de um céu formoso, risonho e límpido este gigante chegou à autossuficiência no petróleo. Batemos no peito e dizemos que o petróleo é nosso, no entanto, pagamos o dobro do preço dos nossos vizinhos, haja vista, o petróleo vendido lá é levado daqui.
Ah! Brasil, como tu és belo! És forte! Mas, impávido[3]? Que não tem ou demonstra medo, que não se deixa abalar pelo temor, corajoso, destemido? E o que dizer do “colosso[4]”? O que detém grande poder, influência, importância, império ou soberania muito poderosa?
E o teu futuro? Espelha esta grandeza? Quando olhamos no espelho o que vemos? Com certeza não vemos a mesma imagem refletida nas águas as margens do Rio Ipiranga e nem ouvimos o que ouviram lá.
Oh! Terra adorada! Tu és a mãe gentil neste solo fértil que tudo dá ou tudo produz, mas, que também produz milhares de miseráveis marginalizados e largados às margens da linha da pobreza. E é fértil em produzir corruptos e sanguessugas a sugar o suor do nosso povo.
O problema repousa na triste realidade de que o gigante não está apenas deitado, ele está dormindo, não para acordar, mas, dormindo eternamente num sono profundo e sem fim.
Parece que ele foi hipnotizado por ideologias partidárias, uma tal de direita ou esquerda cuja realidade é a briga pelo poder, ora de um lado ora de outro num vai e vem sem fim atrás de uma teta que engorda os bolsos e alimenta a boa vida.
Fulguras[5] (brilha), ó Brasil, tu és a flora e o pulmão do mundo com suas matas e mananciais, um celeiro alimentício e medicinal para socorrer a América e o Novo Mundo. Do que a terra mais garrida[6] tu és um sinete a transmitir e alertar com o som do último sinal que anuncia o começo de um oficio divino.
Caro amigo Dom Pedro, aqui ainda tem campos e flores e cada dia mais desprezo pela vida e menos amores. Derrubam nossas matas matando a vida para construir fortunas.
Valorizam o ter e não o ser, as pessoas viraram coisas e estas se transformaram em produtos descartáveis. Nossas vidas em teu seio já não tem tantos amores.
Brasil, de amor eterno seja símbolo. Símbolo que agora apagado, pois, o lábaro[7] (bandeira) que ostentam as 27 estrelas, sendo 26 representando os estados e uma representando o Distrito Federal, cuja mensagem central Ordem e Progresso não refletem esta sociedade caótica da desordem e regresso.
E diga o verde-louro desta flâmula[8] que a glória do passado não nos garante paz no futuro. Mas se ergues da justiça a clava forte [9](clava segundo definição do Google: Grande porrete, usado no combate corpo a corpo, mobilizar um exército, entrar em guerra), e se os teus filhos não fugirem a luta, então, esta será uma terra adorada entre outras mil.
Oh! Mãe gentil! Pátria amada Brasil.
Considerações Finais
Embora a letra do Hino Nacional quando analisada e refletida, trás consigo certo conceito de violência. No entanto, acreditamos na força da Palavra de Deus e de Seu Cristo para resolução dos problemas que nem a política, a polícia e as leis puderam resolver.
Acreditava-se que com a morte de Deus, a chegada da Ciência e com a educação construiríamos uma sociedade moral, ética e justa. Todavia, o mundo sem Deus mostrou-se incapaz de sair do caos e a educação formou apenas pessoas bem informadas e autocentradas.
Na contramão do que se esperava estamos presenciando a degeneração da sociedade que caminha para um abismo sem precedentes.
O Apóstolo Paulo na Carta aos Romanos foi claro ao dizer: ”Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.
Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”. Romanos 8:19-23
Jesus em seus discursos falava o tempo todo sobre a necessidade de amar, e amar até os inimigos. E nunca combater violência com violência, mas, praticar e estimular a paz entre todos os homens. Se queremos um mundo melhor devemos seguir suas pegadas e praticá-las. Que o Eterno nos ajude.
CARTA A DOM PEDRO
[1] Retumbante
Que retumba; que provoca grande som, grande ressonância, que soa como um estrondo
[2] Penhor
Substantivo masculino, empenho ou entrega de coisa móvel ou imóvel como garantia de obrigação assumida.
[3] Impávido
Que não tem ou não demonstra medo; que não se deixa abalar pelo temor; corajoso, destemido, intrépido. Que não tem ou não expressa pavor
[4] Colosso
Substantivo masculino
O que detém grande poder, influência, importância; império ou soberania muito poderosa.
O que tem excepcional merecimento, valor, qualidade.
Coisa grandemente vantajosa; coisa excelente.
[5] Fulguras
do verbo fulgurar (reluzir, brilhar).
[6] Garrida
Substantivo feminino
sino pequeno, sineta.
nos conventos, pequeno sino que transmite o último sinal para anunciar o começo de um ofício divino.
roda de ferro que se coloca sob grandes blocos de pedra para deslocá-los.
(garrido) vistoso; janota; alegre
[7] Lábaro
Substantivo masculino
estandarte militar dos antigos romanos.
bandeira, estandarte, pendão.
[8] Flâmula
Substantivo feminino
chama pequena.
bandeirinha estreita e comprida, terminada em bico ou em farpa, us. esp. em embarcações, como sinalização ou adorno; galhardete.
peça, ger. de pano e de formato quadrangular, us. como símbolo; bandeira, pendão.
[9] Clava é um grande porrete, usado no combate corpo-a-corpo. No verso, significa mobilizar um exército, entrar em guerra
Adilson Cardoso
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Shalom